quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aborto

Abortar, tirar do mais íntimo das entranhas aquilo que estava sendo construído, os momentos felizes, as sensações que nunca vão se repetir, a entrega... Pensar que me sentia como quem tivesse me esparramado num colchão macio e de repente não era mais assim... dois desconhecidos, estranhos... Quando achava que estava beijando onde estava ferido, acariciando,acolhendo, acalentando, na verdade, não houve hesitação em aprofundar ainda mais as feridas ou deixar mais estrago. Expor-se para alguém, fechar os olhos no beijo, deixar alguém ouvir o seu suspiro é correr o risco de não ser aceito, não ser compreendido e pouco amado Não é bem carência, só queria tudo fosse diferente, não queria me sentir como necessária, queria só ser bem-amada, ser envolvida em braços que dissessem que era bom estar comigo.. Não é mais assim.. Nada mais faz sentido depois do momento que eu percebi que não exista, mesmo, mais aquele bem querer, a satisfação no olhar e alegria.. Ah o amor...O amor... O amor? O que é o amor? Não o conheci na sua magnitude... Conheci o amor que passa, o amor que deixa inseguro, que exige o que você não tem naquele momento.. Trilha sonora: sanson (R. Spektor)

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